quinta-feira, novembro 18, 2004



FALTA DE CULTURA DEMOCRÁTICA A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) decidiu pôr termo à publicação do “Semanário Académico”, o jornal oficial da Academia do Minho. O periódico, fundado em Setembro de 2000 por um grupo de alunos do curso de Comunicação Social da Universidade do Minho (Cristóvão Teixeira, Tiago Silva, Isabel Freire, Paulo Salgado e o autor destas linhas, entre outras pessoas), era o único semanário universitário português.

Na origem da decisão da direcção da AAUM estiveram as divergências com a direcção do jornal, devido à linha editorial da publicação. No entender da direcção da AAUM, o jornal era excessivamente crítico da sua actuação. Ou seja – e não é preciso ser muito inteligente para compreender isto -, estamos perante um acto de censura pura e dura.

Quando fundamos o jornal, há quatro anos atrás, fizemo-lo com o propósito de criar uma publicação independente a nível editorial. O “Académico” surgiu como um jornal ao serviço da Academia – ou seja, em prol dos estudantes -, e não da direcção da AAUM. O que nem sempre foi compreendido por alguns dirigentes, mais interessados que estavam em promover as respectivas imagens públicas (como se assim passassem a merecer o respeito e a consideração dos seus colegas e concidadãos…).

O que estes senhores não entendem é que a equipa do “Académico” quer praticar verdadeiro jornalismo, e não assumir o papel de reles “paus mandados”. Para certos dirigentes, ser independente e isento é o mesmo que ser contra. “Quem não é por nós, é contra nós!”, dizem estes aprendizes de político!

O verdadeiro jornalismo quer-se independente de qualquer poder político ou económico. É pena que a direcção da AAUM não tenha a cultura democrática necessária para compreender este princípio básico de qualquer sociedade democrática e civilizada. Penso que isto nos indica o tipo de pessoas que dirige o nosso associativismo, assim como o rumo que este tem tomado nos últimos anos.

Já quando era director do “Académico” – entre Setembro de 2000 e Março de 2002 -, se fazia sentir esta mentalidade absurdamente “pidesca”. Aliás, foi por isso que me demiti do cargo (e creio que algumas atitudes que então tomei em relação à direcção da AAUM serão agora melhor compreendidas…).

Perante este momento de injustiça porque os meus colegas estão a passar, só posso manifestar a minha profunda solidariedade e compreensão. E dizer-lhes que compreendo e partilho da sua justa revolta e indignação.

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